sexta-feira, 25 de maio de 2007

A experiência e a poesia


Fico absolutamente encantado ao ver uma criança naqueles momentos em que o novo se revela diante de seus olhos! É uma experiência como educador e ser humano que não tem tamanho e que marca as nossas vidas!
Sou professor e percebo que cada vez mais nosso dever é provocar experiências de encantamento e descoberta em nossos alunos.
Experiências são individuais e intransferíveis! Carregamos as nossas experiências conosco por toda a vida, e é ela que, muitas vezes, nos guiará pelos caminhos escolhidos!
Ter uma vida repleta de experiências não tem nada a ver com a quantidade de coisas que você viveu, e sim com a qualidade do olhar que bebeu da descoberta!
Provocar experiências deveria ser conteúdo curricular obrigatório nas escolas.
Nunca me esqueço do dia em que fazia um passeio com meus alunos de 4 anos à represa de Salesópolis. No meio do passeio encontramos um bosque de pinheiros. Belíssimo! Uma das crianças disse: “Veja o barulho do silêncio!”. Todos pararam, ficaram esperando que o silêncio se pronunciasse. Sentei no chão como se realmente esperasse escutar algo. Todos me acompanharam. Nos deitamos e vimos como o vento balançava as árvores. Foi então que uma criança fez a grande descoberta: “O silêncio se mexe baixinho!”.
O aprendizado é uma experiência poética! A escola deve ser o espaço onde a poesia é escrita! Em vão é a leitura do leitor que busca significado único na poesia! Experimentar a poesia é uma experiência singular dos seres humanos, experimentar o saber também!
Experimentar tem mais ligação com aprender do que com ensinar!
Uma escola preocupada com resultados é uma escola sem espaço para novos desafios, para incertezas. A descoberta se dá, quando diante dos desafios, encontramos caminhos para incorporá-los.
Vamos deixar que nosso encantamento escute e dê “movimento ao silêncio”. Vamos encher nossas vidas de poesias!
Que a descoberta se transforme em experiência e a experiência transforme nossas vidas!