sexta-feira, 14 de novembro de 2008



Um texto só é um texto se ele oculta ao primeiro olhar, ao primeiro encontro, a lei de sua composição e a regra de seu jogo. Um texto permanece, aliás, sempre imperceptível.

DERRIDA

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Meu ser é a invisível curva
Traçada pelo som do vento...

PESSOA+CALDER

quinta-feira, 9 de outubro de 2008


O tempo é a insônia da eternidade.
QUINTANA+TOULOUSE

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


O apanhador de desperdícios

Uso as palavras para compor meus silêncios.

Não gosto das palavras fatigadas de informar.

Dou mais respeito às que vivem de barriga no chão tipo água pedra sapo.

Entendo bem o sotaque das águas.

Dou respeito às coisas desimportantes e aos seres desimportantes.

Prezo insetos mais que aviões. Prezo a velocidade das tartarugas mais que a dos mísseis.

Tenho em mim esse atraso de nascença.

Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos.

Tenho abundância de ser feliz por isso.

Meu quintal é maior do que o mundo.

Sou um apanhador de desperdícios: Amo os restos como as boas moscas.

Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.

Porque eu não sou da informática: eu sou da invencionática.

Só uso a palavra para compor meus silêncios.

BRESSON + BARROS = SUSPIROS

segunda-feira, 1 de setembro de 2008



Um menino... que insistimos em chamar de estudante... que habita uma escola... que filosofa pelo mundo... experimentando alguns pensamentos... jogando com eles. Esse menino tem 9 anos... eu aprendo com ele... a não ser escola, professor.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008


DESPEDIDA
Entre mi amor y yo han de levantarse
trescientas noches como trescientas paredes y el mar será una magia entre nosotros.
No habrá sino recuerdos.
Oh tardes merecidas por la pena,
noches esperanzadas de mirarte,
campos de mi camino, firmamento
que estoy viendo y perdiendo...
Definitiva como un mármol
entristecerá tu ausencia otras tardes.
Borges+Antonioni+A despedida é a possibilidade de um reencontro... vamos?

segunda-feira, 25 de agosto de 2008


As coisas que escutamos pelos cantos e linhas da vida... e tentamos traduzir (?):

Traduzir é trair.

Educar é trair.

Esconde-se para mostrar o que se sente

Relações transformam as condições.

Escola... um lugar de passagem... entre casa e cidade.

O amor é fora do tempo.

A vida é a arte das despedidas.

Silêncios nos levam ao simples.

Aqui e agora: um mistério perto demais para sebermos o que é.


terça-feira, 5 de agosto de 2008


"O ato de ter uma idéia não resulta da deliberação... é uma experiência sem piloto, que independe da vontade de um eu"

KaStrUp+dElEuZe+LeOnIlSoN

segunda-feira, 4 de agosto de 2008


Ter um idéia é algo raro, pouco corrente, uma espécie de festa!

BOSCH+DELEUZE

segunda-feira, 28 de julho de 2008

La función del lector
Cuando Lucía Peláez era muy niña, leyó una novela a escondidas. La leyó a pedacitos, noche tras noche, ocultándola bajo la almohada. Ella la había robado de la biblioteca de cedro donde el tío guardaba sus libros preferidos.
Mucho caminó Lucía después, mientras pasaban losaños. En busca de fantasmas caminó por los farallones sobre el río Antioquía, y en busca de gente caminó por las calles de las ciudades violentas. Mucho caminó Lucía, y a lo largo de su viaje iba siempre acompañada por los ecos de los ecos de aquellas lejanas voces que ella había escuchado, con sus ojos, en la infancia. Lucía no ha vuelto a leer ese libro. Ya no lo reconocería. Tanto lo ha crecido adentro que ahora es otro, ahora es suyo.
Eduardo Galeano + Monet

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Por uma pedagogia del antes...


Antes
Antes de mi tu nos eras tu
antes de ti yo no era yo
antes de ser nosotros dos
no había ninguno de los dos,
no había ninguno de los dos.
Antes de ser parte de mi
Antes de darte a conocer,
tú no eras tú y yo no era yo,
parece que fuera antes de ayer,
parece que fuera antes de ayer.
Antes que nadayo quiero aclarar
que no es que estuviera,tampoco pasándolo mal antes
(tampoco estaba pasándolo mal antes)
Pero algo de mí yo no supe ver hasta que no me lo mostró,
algo de ti, que quiero creerque no vio nadie antes que yo,
que nadie vio antes que yo.
Después de todolo que quiero es decir
que no entiendo cómo podía vivir antes
no entiendo cómo podía vivir antes
no entiendo cómo podía vivir antes
no entiendo cómo podía vivir antes.
SIL+DREXLER+CHAGALL=?ANTES...
(Para escutar a música... antes... clicar no título)

terça-feira, 24 de junho de 2008


RIESGOS

Encontrarnos regalándonos.
Nesse acto-tecimiento de hacer un regalo
de pensarlo, de deixar vir,
de interpelarnos.
O suficientemente ingrávidos para encontrarlo
sin estar buscándolo.
Atentos ao que possa aparecer en algún instante.


Un regalo pasa entre os dois.
También acontece.
También é tránsito
y experiencia
y un pasar;
y un pasar para o outro lado.


Encontrarnos regalándonos.
Nesse acto-tecimiento de hacer un regalo
de pensarlo, de deixar vir,
de interpelarnos.
O suficientemente ingrávidos para encontrarlo
sin estar buscándolo.
Atentos ao que possa aparecer en algún instante.


Ni yo, nem você.
Un regalo também é "entre".
Como un outro en uno mismo.
Como habitar lo extraño en uno.


Silva + o que nos passa + um certo olhar

terça-feira, 10 de junho de 2008


VIVER
Vovô ganhou mais um dia. Sentado na copa,
de pijama e chinelas, enrola o primeiro cigarro e espera
o gostoso café com leite.
Lili, matinal como um passarinho, também
espera o café com leite.
Tal e qual vovô.
Pois só as crianças e os velhos conhecem a
volúpia de viver dia a dia, hora a hora, e suas esperas e
desejos nunca se estendem além de cinco minutos...

Mário Quintana + Paradiso

quarta-feira, 4 de junho de 2008


Universo

Col mare

mi sono fatto

una bara di freschezza.

Giuseppe Ungaretti + E la nave va

terça-feira, 27 de maio de 2008


Existir es salir de sí mismo, es abrirse al otro, aun transgrediendo...
Michel Maffesoli + Leonilson

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Chico Buarque - João e Maria

Para cartografar uma infância... qualquer outra infância!
"A infância como um outro não é o objeto (ou o objetivo) do saber, mas é algo que escapa a qualquer objetivação e que se desvia de qualquer objetivo..." Jorge Larrosa, em Pedagogia Profana.

segunda-feira, 12 de maio de 2008


O que nós vemos das cousas são as cousas.
Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
Por que é que ver e ouvir seria iludirmo-nos
Se ver e ouvir são ver e ouvir?
O essencial é saber ver,
Saber ver sem estar a pensar,
Saber ver quando se vê,
E nem pensar quando se vê
Nem ver quando se pensa.

Alberto Caeiro + Tomie

quarta-feira, 30 de abril de 2008


... Depois de um vento ter-me feito resistência

Navego com todos os ventos.

Nietzsche + Sorolla

segunda-feira, 28 de abril de 2008


"No abras puertas que después no vas a poder cerrar!"
É por isso que eu prefiro janelas...

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Porque Era Ela, Porque Era Eu

Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu
Porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu

Chico Buarque + Bresson

sábado, 12 de abril de 2008


Discúlpame, perdóname para que puedas

Ofenderte otra vez

Enójate, castígame para que puedas

Quererme después...

Entrégate y ríndete para que puedas

Escaparte después

Libérate y suéltate para que puedas

Quererme otra vez

El círculo da la vuelta

Y al terminar, la vuelve a dar...

Hoy te quiero, mañana también

Pasado no, el año que viene creo que

Siempre te querré...

Kevin Johansen.

segunda-feira, 7 de abril de 2008


Sentir é estar distraído.

Fernando Pessoa...

quarta-feira, 26 de março de 2008


Te quiero como eres, pero no me digas como eres.

Antonio Porchia

sexta-feira, 14 de março de 2008


POR UM BRINCAR ANTIPEDAGÓGICO
Marcelo Cunha Bueno

Quando eu era pequeno, brincava com ossinhos do frango! Depois que me tornei professor, os ossinhos do frango se transformaram em giz de cera, tampa de canetinha, borracha... Cada um desses objetos adultos era um personagem inventado para colorir as manhãs e tardes de meus estudantes. Inventava histórias cheias de aventuras, em que a borracha era um terrível cientista que apagava as cores do mundo, o giz era um mágico que adorava inventar novos truques, o clips era uma roldana que, apoiada num barbante, deslizava pela sala de aula. Até hoje, meus estudantes ainda se lembram dessas histórias... Aqueles meninos e meninas, que hoje são enormes, sorriem para mim como aquelas crianças que assistiam às minhas histórias... Lembro-me de que, na sala de aula, esses materiais viviam sumindo, pois as crianças adoravam pegá-los e inventar histórias também! Havia espaço para os brinquedos plastificados, mas, quem dominava, eram os “brinquedos garatujas”, como costumo chamar: aqueles que parecem rabiscos, mas se tornam o que os seus olhos e imaginação querem ver! Era um “professor-brincador”!
Brincar é uma gostosura! Ao contrário do que muitos educadores dizem por aí, brincadeira não é trabalho. Brincadeira é brincadeira e ponto. Brincar na escola é uma delícia! Uma oportunidade fantástica para que a criança entre em contato com outros colegas e amplie seu repertório cultural e de jogos.
Adoro ver as crianças pequenas na escola! Gosto porque sinto ares poéticos nos espaços tão marcados pela geografia escolar. Elas transgridem qualquer regra do espaço. Fazem com que pensemos melhor nas utilidades que inventamos para as coisas.
Muitas escolas colocam a brincadeira em um lugar sério, de ciência. Elaborações de papéis, vivências de contextos sociais, elaboração de sentimentos e sensações... Por isso, pedagogizam esse momento com brincadeiras regradas, com horários e espaços marcados. A criança aprende a brincar seriamente, o professor ensina a aprender seriamente. Há gente que diz que brincadeira é “estímulo”, seguindo essa onda da brincadeira como “ciência do desenvolvimento da personalidade”. Inventam brinquedos educativos, como se houvesse algum brinquedo que não provocasse alguma ação educativa e cultural. Ninguém precisa do brinquedo repleto de cores, repleto de formas e propostas para aprender algo. Mas o mundo de hoje faz isso: inventa discursos apoiados em uma ciência médica para capturar as pessoas, nesse caso, pais, mães e educadores.
Essa concepção de estímulo é coisa para focas e leões do zoológico, para brinquedos de plástico, ou coisa que o valha. É coisa desse mundo cheio de contemporaneidades que nos confunde e nos faz acreditar que as coisas simples não têm valor. Havia uma criança na minha Escola que sempre chegava com brinquedos miudinhos ou pedacinhos de objetos que se transformavam em grandes companheiros de desafios e fantasias. Os melhores brinquedos não querem dizer nada com suas formas ou propostas, apenas existem na imaginação de cada um! Nenhuma criança precisa de brinquedos cheios de penduricalhos e de especialidades para ser feliz!
Aqui na Estilo de Aprender, a escola que coordeno, as crianças de dois anos brincam muito. No Quintal, na Quadra, com caixotes, tábuas, areia, vão à horta, dão comida aos bichos, brincam de bichinhos, de casinha, “artistam” nas folhas e pelas paredes, escutam música, conversam, cantam, dançam e nos ensinam a ver o mundo com olhares mais infantis... Isso é cultivar a infância como acontecimento, como algo que não está previsto e nem colocado em um lugar específico. Esse acontecimento não pode ser capturado pelos discursos da escola.
Brincar é transformar as posições que ocupamos, a de professor, a de mãe, a de pai. Brincar até sermos o que queremos ser... e mudar! Brincar para ler mundos, para inventá-los. Brincar porque é simplesmente bom demais!

terça-feira, 4 de março de 2008





Não sejas nunca de tal forma que não possas ser também de outra maneira!

Jorge Larrosa

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008


nunca sei ao certo
se sou um menino de dúvidas
ou um homem de fé
certezas o vento leva
só dúvidas continuam de pé
paulo leminski








quinta-feira, 24 de janeiro de 2008


"Ouse, ouse... ouse tudo!!

Não tenha necessidade de nada!

Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém.

Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"

Lou Salomé...

terça-feira, 15 de janeiro de 2008



Tudo Novo de Novo
Paulinho Moska

Vamos começar

Colocando um ponto final

Pelo menos já é um sinal

De que tudo na vida tem fim


Vamos acordar

Hoje tem um sol diferente no céu

Gargalhando no seu carrossel

Gritando nada é tão triste assim


É tudo novo de novo

Vamos nos jogar onde já caímos

Tudo novo de novo

Vamos mergulhar do alto onde subimos


Vamos celebrar

Nossa própria maneira de ser

Essa luz que acabou de nascer

Quando aquela de trás apagou


E vamos terminar

Inventando uma nova canção

Nem que seja uma outra versão

Pra tentar entender que acabou


Mas é tudo novo de novo

Vamos nos jogar onde já caímos

Tudo novo de novo

Vamos mergulhar do alto onde subimos